Carro Bomba é sem dúvida uma das melhores bandas brasileiras da atualidade! Com seu último álbum chamado Carcaça, o quarto da sua ilustre carreira, ainda quente nas prateleiras, vamos dar uma espiada rápida na sua gloriosa trajetória roqueira.
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O primeiro álbum homônimo
Seu primeiro álbum chamado simplesmente Carro Bomba, um debut de primeira ordem, foi lançado em 2004 e, já trazia um Hard Rock bem pesado com, pitadas em certos momentos, de um som até beirando ZZ Top mas, que na verdade, parecia beber de fontes muito mais pesadas do calibre de bandas como Montain ou West, Bruce and Lang. Neste álbum Fabrízio Micheloni (Baixo) e Ricardo Bonx (bateria) detonam um groove contagiante criando uma cama excelente para Marcello Schevano (guitarra e vocal). O vocal escancarado e competente do Schevano não deixava dúvidas que os caras, já no seu primeiro álbum, eram rock até o último fio de cabelo.
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Segundo Atentado, o segundo álbum!
Para sorte nossa, Carro Bomba continuou com o pavio aceso mas não explodiu e, voltou com um Segundo Atentado que foi o lançamento do seu segundo álbum. Este novo petardo é liricamente mais direto e agressivo. O som continua ainda caminhando mais para o Hard pesadão mas, deixa escapar elementos de Heavy Metal aqui e ali. É muito gratificante perceber que este álbum, seguindo os padrões de qualidade do anterior, é muito bom mesmo.
carro_bomba_nervoso_coverUm ábum Nervoso, a terceira oferenda!
Depois deste segundo álbum, ficou claro, que a banda já havia encontrado seu caminho, seu estilo, um caminho agora mais tenso e desaforado (Talvez resultado desta luta inglória que é fazer rock no Brasil!) e nos brindou com Nervoso, sua terceira oferenda, um álbum sem meias palavras mostrando que rebeldia não é só privilégio dos adolescentes… leiam o que o que o web site da Stay Rock falou:
"…aqui vai o último trabalho desta banda formada por Marcello Schevano (Também da Patrulha do Espaço) nas guitarras, Fabrízio Micheloni no baixo e Ricardo Bonx na batera. Nervoso é um trabalho primoroso, no qual, o instrumental de classe e fúria do tradicional e competente power trio dá todas as possibilidades para que o Rogério Fernandes solte sua poderosa voz em músicas, que parecem já ter nascido clássicas, como é o caso da faixa de abertura, Punhos de Aço, bem como o blues pesado e rasgadão de Bomba Blues e o refrão muito sugestivo da música O Foda-se II, que apregoa: “nunca morri, mas cansei de ressuscitar”. “Nervoso” foi produzido, mixado e masterizado em 2008 por, nada mais nada menos, que Heros Trench e Marcello Pompeu (ambos do Korzus)." Stay Rock ( 01/ 2009)
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Carro Bomba prova que, na verdade, é uma fábrica de explosivos, uma linha de produção que à cada novo álbum supera à si mesmo e prova que esta banda veio para ficar. Seu quarto álbum chamado Carcaça representa um salto qualitativo e mais um avanço em termos de rock, qualidade de produção e poder de fogo. Não existe aquela coisa típica, onde os ouvintes mais críticos comentam que, "a banda é boa mas poderia ficar melhor com outro músico no lugar desse ou daquele". Não! Esta banda está pronta e no melhor da sua forma. Esta banda "já É", ela existe!!! Cheque aqui na Internet e você só achará bons comentários! Aliás, falando nisto, Luiz Carlos Cichetto, no seu web site A Barata, quando fez o comentário à respeito do álbum Carcaça, não poderia ter expressado-se melhor dizendo:
"Há tempos tenho falado e escrito que Carro Bomba é uma das melhores bandas de Rock que surgiram no Brasil. E em todos os tempos. Desde garoto acompanho Rock'n'Roll e compareci à centenas de shows de Rock de bandas “nossas”. Comprei muitos discos, admiro muitas das bandas, mas estou certo que dentre todas, Carro Bomba figura entre as melhores. Som pesado, letras com conteúdo forte e muito bem construídas, produção caprichada. Enfim, todos os componentes que uma grande banda de Rock precisa. A cada disco a vem conquistando mais e mais espaço. Se no primeiro e segundo discos eram pesados e extremamente vigorosos, a partir da entrada de Rogério Fernandes e conseqüentemente a liberação de Marcelo Schevano para fazer o que ele sabe de melhor, que é tocar sua guitarra e Fabrizio detonar de uma forma como poucos aqui sabem, seu baixo, a banda ganhou mais peso e vigor, que podem ser sentidos já no “Nervoso”. Agora, com “Carcaça”, a superação de algo que parecia ser insuperável: o Carro Bomba está mais pesado, mais homogêneo e mais vigoroso. Rock Pesado para nenhuma banda gringa botar defeito, com letras para tapar a boca de muita gente que afirma, na maioria das vezes até com razão, que as letras do Rock feito no Brasil são extremamente débeis... mentais... Não irei ficar aqui analisando uma a uma as musicas do disco, pois é um trabalho único, coeso. Portanto, peguem esse “Carcaça” e escutem da forma que quiserem: batendo cabeça ao som pesado, ou apreciando as letras com conteúdo e forma. Enfim, escutem, ouçam e sintam “Carcaça”, do Carro Bomba. E, aliás, ficamos esperando apenas algo inevitável e necessário: um disco Ao Vivo da banda Carro Bomba". Luiz Carlos Cichetto (A Barata)
Como de costume, não gosto só de comentar mas, também enriquecer ainda mais a experiência tocando aqui, com exclusividade o álbum todo para vocês ouvirem e depois, obviamente prestigiarem a banda comprando o álbum e indo aos shows! Vamos lá moçada! Vamos prestigiar o Rock Brasileiro!
Antonio Celso Barbieri
carro_bomba_bandCarro Bomba, uma banda explosiva!
A Biografia
2003 – No dia 28/09, durante uma desenfreada festa Rock’n’Roll no bairro do Jabaquara, em São Paulo, Fabrizio Micheloni (Baixo – Voz), Marcello Schevano (Guitarra – Voz) e Ricardo Bonx (Bateria – Voz) unem – se para uma simples jam session, a qual acaba se tornando uma verdadeira batalha de instrumentos, tamanha a fluência e coesão entre os três músicos, o que, naturalmente, os instigou a trabalhar como Banda. Para três apresentações no Salão Duas Rodas (tradicional feira de motociclismo em SP), em Outubro, ainda com um repertório de covers, tocaram sob o nome de Carro Bomba. Por razões óbvias, o nome ficou.
2004 – Após passarem o 1° semestre trabalhando o repertório para o álbum de estréia, em Julho gravam, no Tonelada Estúdio, em SP, o homônimo “Carro Bomba”, em apenas quatro dias. A estréia desse repertório próprio nos palcos ocorre no dia 11/09, no Blackmore Rock Bar, em SP, junto aos brothers do Baranga. O disco é lançado em Dezembro, sendo aclamado por público e mídia rock do país, rapidamente transformando a banda em referência de “Rock Pesado Cantado em Português”.
2005 – Entre shows e ensaios, logo surgem as canções que viriam a integrar o segundo trabalho do trio, sugestivamente batizado de “Segundo Atentado”. Gravado em Outubro, novamente no Tonelada Estúdio, o álbum traz, além da evolução natural da banda, o aumento notável do peso nas músicas. Rogério Fernandes faz uma participação vocal em “A Luz, a Paz e a Bomba”; uma espécie de prévia do que viria a acontecer pouco tempo depois.
2006 - Lançamento do Segundo Atentado, em Abril, seguido de uma bateria de shows por todo o Brasil. Fecham o ano tocando no aniversário do Manifesto Rock Bar, em SP, ao lado do Golpe de Estado.
2007 – Após um show no Centro Cultural SP, em Fevereiro, Ricardo Bonx deixa a banda. Ocorrem então mudanças drásticas; Fabrizio e Marcello recrutam o baterista Fernando Minchillo, marcando a inserção de dois bumbos à sonoridade da banda, e Rogério Fernandes vem para assumir os vocais com seu drive potentíssimo, deixando a dupla de cordas livre para incrementar ainda mais os arranjos das canções. O resultado dessas mudanças logo viria à tona quando, em Dezembro, essa nova formação adentra o Mr. Som Estúdio, em SP, para o registro de seu terceiro álbum.
2008 – “Nervoso” foi um caso clássico de “divisor de águas” na carreira de uma banda. O disco é simplesmente uma porrada na orelha, trazendo a perfeita combinação entre o instrumental ultra pesado e intrincado com as letras inteligentes e repletas de poesia de rua, cantadas com feeling impar, de forma nunca antes vista em território nacional. Porém, em meio a todo o alvoroço, Fernando deixa a banda ainda antes do show de lançamento, realizado em Julho no Manifesto Rock Bar, já com Heitor Shewchenko na bateria, trazendo ainda mais peso e vigor ao já reverenciado comboio.
2009 – A banda realiza shows maiores e mais importantes por diversos Estados do Brasil e, simultaneamente, inicia os trabalhos para o sucessor do “Nervoso”, decididos a superar este que é considerado por muitos como um dos melhores álbuns da história da Música Pesada Brasileira, figurando em altas posições em praticamente todas as eleições de “Melhores de 2008”.
2010 – “Carcaça” é gravado no Mr. Som Estúdio, enquanto os shows tornam-se ainda maiores, já com um fiel público conquistado, graças à impecável performance da banda ao vivo. São convidados a integrar o cast da gravadora/distribuidora Laser Company, a maior do país no segmento, junto a medalhões como Korzus, Torture Squad e Krisiun, entre outros.
2011 – Paralelamente aos preparativos para o lançamento do novo álbum, “Carcaça”, realizam uma mini tour de três datas pelo Chile, em Março, junto às bandas locais Tabernários, Boca Seca e Lethal Fist, deixando ótima impressão em nossos hermanos, além da promessa de um breve e mais abrangente retorno.
“Vamos todos dar as mãos / Opressores / Vocês vão se arrepender de terem nascido / E eu encontro / Um motivo para rir / Da sua cara / Mesmo sem você consentir...” - Transgressores
Primeiro sábado de Primavera em São Paulo. Acordei num autêntico “Ritmo de Fúria”, com dor de cabeça, no horário que as pessoas ditas normais usam para almoçar. Com sede, mas não de água, mas de música pesada, de música barulhenta, estridente, berrada com a garganta e com o pulmão e a cabeça explodindo. Musica tocada com distorção na guitarra e tambores e caixas e pratos socados com raiva. Na estante que eu recém reformei especialmente para guardar CDs, a discografia de uma banda que reputo como uma das melhores que surgiram no Século XXI: Carro Bomba.
Acompanho o trabalho dessa banda desde o início. Mas mesmo antes do inicio do Carro Bomba já conhecia e admirava o talento de um músico excepcional, autodidata, Marcelo Schevano. Desde a época da Patrulha do Espaço que acompanhei durante alguns anos, sempre me admirava com o talento musical de Marcelo. Não apenas guitarrista, mas um multi-instrumentista, que lutou para se impor como músico, mesmo contra todas as marés contrárias. E quando ele, juntamente com Luiz Domingues e Rodrigo Hid, outros dois grandes instrumentistas deixaram a Patrulha seguindo caminhos diferentes, passei a olhar também para esses caminhos. Luiz e Rodrigo formaram com Xando Zupo, outro grande músico, a banda Pedra, enquanto o Marcelo, irmão do Ricardo da "Baranga" se juntava em uma festa para uma despretensiosa "Jam" com um baixista que, embora não tivesse um histórico de grandes bandas tocava seu contrabaixo com muita competência e uma grande dose de ensandecimento: Fabrizio Michelloni. A eles juntara-se o baterista Ricardo Bronx e nascia um "Power Trio" dos mais pesados que o Rock Brasil conhecera até então.
Desde esse início, ainda em 2003 e até agora, quase dez anos depois, o Carro Bomba tem crescido em termos de música, de letras e, principalmente em “Atitude”. E embora a banda tenha trocado três vezes de baterista e a partir do terceiro disco deixado de ser um Power Trio para ser um, digamos, "Power Quartet" com a entrada do cantor Rogério Fernandes - que deu à banda um peso ainda maior, uma definição do som para algo que, do "Rock Pesado" misturado à influencias "Funk" do inicio, chega a ser totalmente Metal no ultimo disco, "Carcaça", lançado em 2011 -, a pegada tem sido cada vez mais forte e violenta e as letras cada vez mais "pesadas", saindo das mesmices utilizadas pela maioria das bandas que desse estilo. Letras que, podem até não ser a preocupação maior dos músicos, mas que quando são bem elaboradas, bem feitas e com algum conteúdo social e qualidade poética, fazem o diferencial positivo. E isso, essa preocupação com o que estão dizendo através de sua música, o Carro Bomba sempre primou.
(Penso o seguinte: se a música, há séculos, mesmo contra a opinião dos puristas passou a ser a integração do instrumental com a poesia, deve ser pensada nesses dois flancos. Mas a maioria dos compositores, particularmente no Rock, invariavelmente desprezam a letra, a poesia, fazendo com que ela seja apenas um "adorno necessário" à música. E então, a maioria das letras de Rock no Brasil são feitas de qualquer jeito, estão ali por estar. E isso acaba se refletindo na temática: "bebida, sexo, carro ou motos". Como se eles próprios só vivessem disso. Mas, felizmente, existem artistas como os que formam o Carro Bomba, o Uganga, o Psychotic Eyes que pensam nesse conjunto. Felizmente!)
“Até quando você vai rezar? / Procurando ser eterno / E se o dinheiro só pagar / Seu lugar lá no inferno?” – “Sangue de Barata”
E então, escutar a discografia do Carro Bomba, neste primeiro dia de de primavera, na sequencia dos lançamentos, pegando aí a evolução da banda, é algo extremamente profícuo. Quatro discos em sete anos, uma sequencia de "atentados" que não deixam pedra sobre pedra. A cada disco mais peso, mais força, mais atitude "rocker". ("Nós vamos descontar no som toda nossa injúria"). O ritmo do Carro Bomba é realmente o que eles cantam nessa música: "Ritmo de Fúria", do "Segundo Atentando". E esse ritmo é o que faz com que o Carro Bomba se sustente como uma das maiores bandas, com lugar merecido e destacado na história do Rock Brasil, por sua capacidade de explodir, detonar as cabeças carentes de Rock e Atitude!
E terminando, defino a música do Carro Bomba com uma palavra que era sempre usada pelo Schevano desde a época da Patrulha do Espaço: "Honeeesssto!". É isso! E se por acaso acordarem num sábado, pode ser numa terça ou sexta de Primavera ou mesmo de Inverno, em "Ritmo de Fúria", com vontade de escutar música honesta, pesada, com atitude e competência, peguem a discografia do Carro Bomba e escutem no volume mais alto que puderem. Afinal: "A Hora Agora é de Fazer Valer" (Qual que é a sua verdade ? / Ficar aí no espelho, cheia de vaidade / Ou sair na rua pra aprender / A se defender e ainda sorrir / Eu tô pronto pra encarar / O que estiver por vir / Compreender que é pra poder prosperar / Você é que não ficar aí, a esperar ") Recado dado! Afinal, Rock não é apenas pra bater cabeça, mas também e principalmente para fazê-la pensar. E agir!!!
Carro Bomba - 2004
01. O Dobro ou Nada
02. Rock 'n' Roll Machine
03. Carro Bomba
04. A Hora Agora É de Fazer Valer
05. Ode À Bohemia
06. Louco de Dar Nó
07. Sonhos
08. Crocodilagem
09. Raivosas Roedoras
10. Transgressores
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