Heavy Metal Satanic: Amy Winehouse
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domingo, 8 de agosto de 2021

Discografia Amy Winehouse

Amy Winehouse

 Amy Jade Winehouse (Londres, 14 de setembro de 1983 — Ibid., 23 de julho de 2011) foi uma cantora e compositora britânica conhecida por seu poderoso e profundo contralto vocal e por sua mistura eclética de gêneros musicais, incluindo soul, jazz, R&B e ritmos caribenhos, como o ska. Oriunda de uma família com forte tradição musical ligada ao jazz, Winehouse ingressou na carreira artística ainda na adolescência, apresentando-se em pequenos clubes do gênero em Londres. O talento promissor da garota rapidamente despertou o interesse dos representantes de companhias discográficas e, como consequência, rendeu-lhe a assinatura de um contrato de gravação com a Island Records, em 2002.

A sua estreia no cenário musical britânico ocorreu em 2003, com o álbum Frank, que, embora elogiado pelos críticos musicais, não obteve, inicialmente, boas vendagens. Apenas em 2006, com o lançamento do seu segundo álbum de estúdio, Back to Black, Amy Winehouse ganhou proeminência como uma artista. Back to Black obteve a aclamação dos críticos e, impulsionado pelo êxito de "Rehab", a canção-assinatura de Winehouse, atingiu recordes de vendas em territórios britânico e americano. O disco foi o mais vendido do mundo em 2007, com seis milhões de cópias comercializadas, e, ao vencer cinco troféus durante a 50.ª edição dos Grammy Awards, em 2008, consagrou a cantora como, até então, a britânica mais premiada em apenas uma edição da supracitada premiação. A intérprete trabalhava em seu aguardado terceiro disco de estúdio desde 2008, mas uma trágica sequência de eventos impediu-a de concluí-lo.

Considerada a precursora da Nova Invasão Britânica, Amy Winehouse é referida pelos especialistas como a responsável por desencadear a revolução a que se assistiu na música soul dos anos 2000. A cantora apareceu por dois anos consecutivos, 2006 e 2007, na "Lista dos Mais Populares" da NME, foi eleita a "heroína suprema" dos britânicos pela Sky News, em 2008, com base em uma pesquisa realizada entre pessoas com menos de 25 anos de idade, e, no mesmo ano, foi incluída na lista "Personalidades Mais Influentes da Música", do periódico The Evening Standard. Em 2009, ocupou a primeira posição entre as cantoras internacionais que mais venderam em território brasileiro no ano anterior, de acordo com a revista Veja, com mais de 500 mil álbuns comercializados, tornando-se um dos recordistas de vendas no país. Apesar de sua curta discografia, Winehouse vendeu mais de 40 milhões de álbuns e singles em todo o mundo. O visual característico da artista, composto por um alto penteado em forma de colmeia e forte sombra negra para olhos, transformou-a em um ícone fashion reconhecido por influentes marcas de moda.

No entanto, apesar de bem-sucedida, a sua carreira foi muitas vezes ofuscada por seus problemas pessoais. O conturbado relacionamento com o ex-assistente de vídeo Blake Fielder-Civil, o seu abuso de substâncias psicoativas e a constante perda de peso tornaram-se assuntos recorrentes nos tabloides e culminaram em seu afastamento da indústria fonográfica em 2008. A cantora realizou uma tentativa fracassada de retornar aos palcos em 2011, ano em que morreu em sua própria residência, em Londres, no dia 23 de julho, aos 27 anos, devido a uma ingestão excessiva de bebidas alcoólicas após um período de abstinência. Após o falecimento da cantora, Back to Black tornou-se o disco mais vendido do século XXI no Reino Unido. Posteriormente, foi lançada a compilação Lioness: Hidden Treasures, que dividiu os críticos musicais e registrou boas vendagens. Em 2012, a cantora entrou para a lista "100 Grandes Mulheres na Música", do VH1, na 26.ª colocação. Em 2015, foi lançada a cinebiografia Amy: The Girl Behind The Name, que retrata a trajetória de Winehouse e recebeu aclamação dos críticos e atingiu recordes de bilheteria em território britânico.


Os primeiros anos

 Amy Winehouse nasceu no Chase Farm Hospital, em Enfield, ao norte de Londres, em 14 de setembro de 1983. O seu pai, Mitchell Winehouse, trabalhava como instalador de painéis e, posteriormente, tornou-se motorista de táxi e cantor amador; a sua mãe, Janis, era farmacêutica. Descendente de judeus, ela tinha um irmão mais velho, Alex Winehouse, nascido em 1980. A jovem iniciou os estudos primários aos cinco anos de idade, na Osidge Primary School, na qual o seu irmão também estudava. Lá, foi matriculada em aulas de ballet e conheceu aquelas que se tornariam suas grandes amigas, Juliette Ashby e Lauren Gilbert. Aos domingos, estudava os princípios fundamentais do judaísmo e, apesar de não se ter tornado uma pessoa fortemente religiosa, sentia-se parte da comunidade judaica. Janis descreveu-a como uma criança com forte personalidade, bastante ativa e curiosa, porém tímida. Desde os primeiros anos de Winehouse, a música fez parte do seu cotidiano, especialmente o jazz, visto que muitos de seus tios eram músicos profissionais do gênero, assim como a sua avó paterna, Cynthia, que mantinha um relacionamento com o saxofonista e proprietário de um clube de jazz Ronnie Scott. Além disso, Mitch cantava para ela obras de veteranos do gênero como Frank Sinatra e Ella Fitzgerald, o que acentuou a sua paixão pela música. Os seus professores chegaram a reclamar da garota, que não parava de cantar mesmo durante as aulas.

Apesar do aparente ambiente harmonioso de seu lar, Winehouse passou boa parte de sua infância e adolescência presenciando a infidelidade conjugal do seu pai. Numa entrevista concedida à British Broadcasting Corporation, Mitch revelou que, em 1983, iniciou um caso amoroso com uma colega de trabalho chamada Jane, que se tornou sua esposa em 1996. A relação era do conhecimento da família em geral, até das crianças, as quais se referiam a Jane como "a mulher do papai no trabalho". Embora apenas se tenha separado de Janis quando Winehouse completou nove anos, Mitch sempre foi ausente. O divórcio foi concretizado em 1992 e, depois disso, Winehouse e o seu irmão ficaram sob a custódia da mãe e cresceram em Southgate. Durante esse período, a sua avó materna costumava cuidar das crianças enquanto Janis trabalhava. Os seus pais acreditam que a separação afetou-a emocionalmente e culminou em sua posterior rebeldia.

Aos nove anos de idade, Winehouse foi incentivada por Cynthia a matricular-se em uma escola de artes particular, para promover a sua educação vocal. A garota foi, então, matriculada na Susi Earnshaw Theatre School, a qual frequentou durante quatro anos. As suas qualificações artísticas se revelaram aos dez anos, quando ela fundou com Juliette uma banda de rap amadora chamada Sweet 'n' Sour e, pouco depois, começou a tocar a guitarra de seu irmão antes de adquirir uma para si. Em 1996, ela organizou a própria audição para o colégio Sylvia Young Theatre School, na qual apresentou uma versão de "On the Sunny Side of the Street", canção de 1930, interpretada por Harry Richman e Gertrude Lawrence em um musical da Broadway. Impressionados com as habilidades vocais de Winehouse, os avaliadores rapidamente lhe concederam uma bolsa de estudos. Nesta escola, ela conheceu Tyler James — que futuramente a ajudaria a conseguir o seu primeiro contrato com uma gravadora —, teve aulas de atuação, dança e canto, nas quais obteve resultados positivos, porém, não se interessava pelas aulas acadêmicas, exibindo, muitas vezes, mau comportamento e, como consequência, foi expulsa após um ano por indisciplina. Então, ela foi matriculada na escola Brit Performing Arts and Technology School, aos catorze anos, mesma idade em que começou a consumir substâncias psicoativas. Aos quinze anos, compôs as suas primeiras canções e começou a se apresentar em pequenos clubes de jazz em Londres. Com a mesma idade, tornou-se bulímica e, inclusive, teria revelado aos seus pais que costumava induzir vômito em si após períodos de compulsão alimentar, mas eles não se preocuparam, pois imaginavam ser uma fase passageira.

Para ajudar a sua família financeiramente, Winehouse trabalhou como jornalista para a World Entertainment News Network, agência de notícias localizada em Londres, fundada por Jonathan Ashby, pai de Juliette, e começou a apresentar-se com um pequeno grupo musical, o Bolsha Band. A jovem também trabalhou em um estúdio de piercings e tatuagens e em uma loja de confecções. Apesar de ter sido expulsa da Sylvia Young Theatre School em 1997, a diretora da instituição, Sylvia Young, entrou em contato com Bill Ashton, o fundador, diretor musical e presidente vitalício de uma banda chamada National Youth Jazz Orchestra, em 1999, a fim de organizar um teste vocacional para que Winehouse ingressasse no grupo. Após apresentar algumas canções, ela foi admitida como vocalista e passou a realizar frequentes apresentações com a banda.


A trajetória à indústria fonográfica


Enquanto ainda se apresentava com a National Youth Jazz Orchestra, Winehouse foi incentivada a realizar uma gravação musical demonstrativa por Tyler James, que pretendia enviá-la aos seus empresários musicais. James havia assistido a uma de suas apresentações com o grupo e, imediatamente, entrou em contato com Nick Shymansky, funcionário de uma agência de relações públicas chamada Brilliant!, com a qual acabara de assinar um contrato. Amy Winehouse forneceu-lhe um CD cuja gravação foi realizada com o auxílio de uma de suas professoras da Sylvia Young Theatre School e Tyler entregou-o a Shymansky, que rapidamente entrou em contato com a cantora para encontrá-la e presenciar um de seus concertos.

Após vê-la atuar, Nick apresentou-a a seu chefe na Brilliant!, Nick Godwyn, que assinou com ela um contrato de representação artística. A Brilliant!, no entanto, encerraria as suas atividades pouco tempo depois, mas parte da empresa, em que estavam incluídos Winehouse, Godwyn e Shymansky, foi adquirida pela 19 Entertainment, propriedade de Simon Fuller. A cantora, então, firmou um contrato de representação artística com Simon, que a remunerou com 250 libras semanais — valor este que seria descontado de futuros lucros — para que ela se concentrasse em desenvolver as suas habilidades musicais e não precisasse de trabalhar neste meio período. Com isto, ela adquiriu o seu primeiro apartamento, para o qual se mudou com Juliette Ashby.

No entanto, mesmo após oficializar o seu contrato com a Brilliant!, Winehouse continuou a apresentar-se em clubes de Londres, entre eles o Cobden Club, no qual chegou a ser elogiada por Annie Lennox. Além disso, continuou a despertar o interesse de outros representantes musicais, como os da Virgin Records e da EMI Music. Consequentemente, acabou por assinar um contrato de administração dos direitos autorais com Guy Moot, representante encarregado da divisão de artistas e repertório da EMI, que a designou para trabalhar com os produtores Salaam Remi e Gordon Williams, mas decidiu, a princípio, mantê-la em segredo da indústria fonográfica. Darcus Beeze, responsável pelo departamento de artistas e repertório da Universal Music do Reino Unido, ouviu uma de suas gravações quando um representante dos Lewinson Brothers, uma dupla de produtores musicais, foi-lhe mostrar algumas das canções que eles estavam produzindo e, acidentalmente, tocou uma das canções de Winehouse. Quando Beeze perguntou quem estava cantando, o gerente disse que não estava autorizado a responder. Após ter decidido que queria contratá-la, Beeze levou cerca de seis meses para conseguir encontrar a cantora. À época, Winehouse ainda não havia gravado qualquer material, pois estava em estágio de desenvolvimento, e Beese organizou uma audição ao vivo nos escritórios da Universal em frente de um painel de altos executivos, em 2002, na qual a cantora apresentou a sua versão de "There Is No Greater Love", canção de 1936 originalmente interpretada por Woody Herman, apenas acompanhada à guitarra. Em seguida, a jovem assinou um contrato de gravação com a editora e uma de suas subsidiárias, a Island Records, que ficou responsável por seus lançamentos no Reino Unido.


Os primeiros lançamentos


Amy Winehouse iniciou as sessões de composição para o seu primeiro álbum logo após ingressar na equipe da EMI Music e quando assinou um contrato com a Universal, dois anos depois, havia, portanto, concluído canções como "Amy Amy Amy" e "October Song", bem como desenvolvido uma relação de trabalho com Remi. Para assegurar o prosseguimento deste processo criativo, a Universal convocou-o para trabalhar com a cantora. O material em que consiste o álbum foi gravado entre 2002 e 2003, em estúdios em Miami e Nova Jersey. A cantora reuniu estilos diversos no disco, desde o jazz e o hip hop, gêneros que mais escutara à época de sua elaboração, a tons de neo soul e reggae. Salaam Remi, Gordon Williams, Jimmy Hogarth e Matt Rowe participaram da elaboração do material como produtores e todas as composições originais foram co-escritas pela cantora.[20] Remi, que produziu a maior parte das canções e participou da composição de outras, revelou ter-se impressionado com o talento para escrita de Winehouse: "Na primeira sessão, concluímos 'Cherry'; depois 'I Heard Love is Blind'. Lembro-me de pensar: 'Se és assim aos 18 anos, onde estarás aos 25?'".

Concluído o material, iniciou-se o processo de sua divulgação. Escolhido como o single de estreia de Winehouse, "Stronger Than Me" foi lançado em 6 de outubro de 2003 e, pouco depois, um vídeo musical foi produzido para promovê-lo nas redes televisivas. A canção foi recebida com análises positivas pelos críticos musicais e estreou na 71.ª colocação da tabela musical UK Singles Chart. Pouco tempo depois, em 20 de outubro, o seu álbum de estreia, intitulado Frank, foi lançado. A maior parte das canções incluídas nesse disco reflete acerca de seu relacionamento com o repórter Chris Taylor, rapaz que conhecera enquanto trabalhara na World Entertainment e sete anos mais velho que ela, enquanto outras relatam os seus problemas familiares, como "What It Is About Men?". Os críticos musicais receberam-no com análises positivas, ressaltaram a maturidade de suas composições e os vocais da artistas, comparando-os aos de Erykah Badu e Macy Gray, entre outras.

Comercialmente, Frank obteve, inicialmente, resultados modestos — embora tenha registrado outro folgo nas tabelas musicais após a edição do segundo álbum de estúdio de Amy Winehouse. Debutou na 60.ª posição da tabela musical UK Albums Chart e, em 2004, chegou à sua posição mais elevada, o número treze. Para promover o material, Winehouse realizou uma breve turnê pelo Reino Unido em 2003, que resultou nas vendas de duzentos mil exemplares até ao primeiro semestre de 2004 e na emissão do certificado de "Disco de Ouro" da British Phonographic Industry (BPI). Três meses depois da estreia de "Stronger Than Me", foi lançado o seu segundo single, "Take the Box", que obteve a 57.ª posição da tabela britânica. Entre 2003 e 2004, Amy Winehouse realizou diversas apresentações em casas de espetáculos e programas de televisão, como o Later..., apresentado por Jools Holland, e a Arena Wembley, em função de divulgar o material. Frank ainda produziu os singles "In My Bed"/"You Sent Me Flying" e "Pumps"/"Help Yourself", que alcançaram, respectivamente, as 60.ª e 65.ª colocações da UK Singles Chart.

Com Frank, Amy Winehouse recebeu as suas primeiras indicações ao BRIT Awards nas categorias "Melhor Artista Feminina Britânica" e "Melhor Ato de Música Urbana", e conquistou o seu primeiro troféu no Ivor Novello Awards, na categoria "Melhor Canção Contemporânea" por "Stronger Than Me". Frank foi incluído no livro de referência musical "1001 Albums You Must Hear Before You Die", em 2005, e recebeu uma indicação ao Mercury Prize Awards de "Álbum do Ano". Entretanto, apesar de ser bem recebido pela imprensa musical, Winehouse revelou certa insatisfação para com o disco, pois representantes da Island forçaram-na a incluir duas canções e a realizar modificações no material que não a agradaram. Além disso, como fazia parte da 19 Entertainment, empresa por trás de artistas como as Spice Girls, logo surgiram especulações de ela ser controlada por Simon Fuller, o que lhe causou certo incômodo. Ao finalizar os seus projetos com o álbum, a cantora desapareceu da atenção da imprensa.


Decadência no auge


Os anos em que esteve afastada da indústria musical foram extremamente conturbados para Amy Winehouse e totalmente improdutivos. Os exaustivos concertos promocionais de seu álbum de estreia renderam lucros à Island, mas esgotaram-na criativamente e o resultado foi um período de dezoito meses enfrentando um bloqueio de escritor, como a própria relatou: "Não tinha nada sobre o que escrever. Quer dizer, ninguém quer ouvir um segundo álbum sobre como promover o primeiro". À época, Winehouse costumava frequentar pubs em Camden Town, para onde se mudou em 2005, e, em um destes, conheceu o então assistente de vídeo Blake Fielder-Civil, com quem iniciou uma relação amorosa, que logo chegaria ao fim. Blake era comprometido e preferiu a sua namorada a Winehouse. O rompimento acabou por conduzi-la a momentos sombrios, que se agravaram com o falecimento de sua avó, Cynthia, a quem a cantora era demasiadamente apegada, segundo familiares.

Esses acontecimentos em um curto período de tempo levaram-na a confortar-se em seu crescente e cada vez mais evidente consumo de substâncias psicoativas e bebidas alcoólicas, e, juntamente com os seus transtornos alimentares, inclusive a bulimia nervosa, resultaram em sua drástica perda de peso, que não passou despercebida pela imprensa britânica. Com o comportamento autodestrutivo da cantora a intensificar-se, Nick Shymansky, seu empresário musical e amigo, e Nick Godwyn tentaram convencê-la a internar-se em uma clínica de reabilitação. Embora tenha, inicialmente, concordado em ir à Priory Clinic, Winehouse recusou o internamento. Já insatisfeita com a 19 Entertainment, desde o lançamento de Frank, as constantes pressões da empresa foram o estopim para a cantora, que decidiu romper o seu contrato de gestão e sugeriu que Nick a acompanhasse. Como Shymansky recusou-se, ela pôs o seu promotor de eventos, Raye Cosbert, no lugar daquele.

Em meio a essa turbulência pessoal, Amy Winehouse começou a trabalhar em seu segundo álbum de estúdio. O rompimento com Blake e os dias que passou entregue aos vícios foram as inspirações para as faixas de seu novo disco. Back to Black, como foi intitulado, foi elaborado em apenas cinco meses e expôs o lado mais reflexivo da cantora, resultando em um disco mais acessível ao público e menos elitista que o jazz de sua estreia. As canções incluídas nesse trabalho foram fortemente influenciadas pela música soul dos anos 1960 e pelo R&B contemporâneo, mas também pelos ritmos caribenhos presentes em seu primeiro disco, como o ska e o reggae. Diferentemente de Frank, Winehouse expressou enorme satisfação com o material e teve maior participação e controle em seu processo criativo. Novamente, a cantora trabalhou com Salaam Remi, mas o responsável pela maior parte da produção do disco foi Mark Ronson, a quem a intérprete creditou a motivação para escrever um novo material.

O retorno de Amy Winehouse aos palcos foi realizado no Bloomsbury Ballrooms, em 12 de setembro de 2006, onde a artista apresentou algumas de suas novas canções, entre as quais "Rehab", o primeiro single do disco e responsável por sua ascensão ao estrelato. Lançada em 23 de outubro, a obra recebeu aclamação dos críticos musicais e tornou-se o seu primeiro single a alcançar os dez primeiros lugares da UK Singles Chart, posicionando-se na sétima colocação. "Rehab" rapidamente obteve destaque internacional e, em fevereiro de 2007, alcançou a liderança das tabelas musicais da Noruega. No Reino Unido, Back to Black foi lançado em 30 de outubro e, tal qual a canção, foi louvado pelos especialistas. O disco estreou em terceiro lugar na tabela musical britânica, com 43 021 cópias vendidas em seus primeiros sete dias de distribuição, mas alcançaria o primeiro lugar da UK Albums Chart repetidamente em 2007. A cantora encerrou aquele ano com uma breve turnê que percorreu diversas casas de espetáculos na Inglaterra, Irlanda e Escócia. O desempenho positivo de seus singles e álbuns nas tabelas de vendas britânicas, as então bem-sucedidas performances e a consagração que recebera da imprensa fizeram o The Guardian declarar: "2006, o ano de Amy".


Os últimos anos


Apesar de toda a consagração que conquistara ao longo de 2007 e início de 2008 como um dos artistas mais aclamados dos últimos anos, os meses seguintes seriam difíceis para Amy Winehouse. A sua ascensão internacional coincidiu com um período conturbado de sua vida pessoal, extremamente exposta pelos tabloides, e transformou-a em um dos alvos preferidos da imprensa e dos paparazzi. Como consequência, a cantora obteve uma ordem jurídica que os impedia de segui-la, fotografá-la em sua casa, na casa de parentes ou amigos e aproximar-se mais de cem metros da sua residência. Foi também em 2008 que ocorreu o lançamento do último single de Back to Black, "Just Friends", que representou um fracasso em vendas. Já Back to Black se encontrava em outra situação. Durante treze semanas, foi o disco com o maior número de exemplares comercializados em todo o continente europeu, onde havia vendido mais de três milhões de cópias somente em 2007. Mundialmente, foram 2,2 milhões de unidades comercializadas até abril de 2008, o que o fez ultrapassar as oito milhões de cópias distribuídas pelo globo. Até ao final do ano, seriam mais de 5,1 milhões de réplicas compradas, o que o transformou no segundo disco mais vendido do ano. O desempenho comercial de Back to Black impediu a Universal de ser afetada pelo declínio de 3% nas vendas de discos àquele ano.

Após um longo período longe dos holofotes, Amy Winehouse retornou aos tabloides em agosto de 2009 devido ao seu divórcio com Blake, oficializado no dia 28, em razão de acusações de adultério. Ainda em agosto, a cantora apresentou-se no V Festival com o grupo The Specials. No entanto, as suas aparições nos próximos meses seriam esporádicas. Em outubro, ela participou do programa Strictly Come Dancing, da BBC One, no qual se apresentou como vocal de apoio, durante estreia de Dionne em um programa televisivo, que executou "Mama Said" (1961), canção originalmente gravada pelas Shirelles; nesse mesmo mês, compareceu à cerimônia dos Q Awards, em Londres, onde deveria anunciar o vencedor do troféu de "Inspiração", mas não o fez por chegar atrasada; em 2010, interpretou com Mark Ronson o single "Valerie" na casa de espetáculos 100 Club, em Londres.

Nesse mesmo ano, retornou aos estúdios para regravar a canção "It's My Party" (1963), de Lesley Gore, uma colaboração para o álbum Q: Soul Bossa Nostra, do produtor musical Quincy Jones e, em dezembro, foi novamente convidada para realizar uma apresentação na festa de um magnata russo em Moscou, em um recital de quarenta minutos remunerado com um milhão de libras esterlinas. Além disso, anunciou o seu aguardado retorno aos palcos para 2011. Os primeiros cinco concertos foram realizados no Brasil, no início de 2011, nas cidades de Recife, São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro, onde as suas apresentações foram, em geral, bem-sucedidas apesar de não se igualaram ao seu auge. No entanto, em um concerto realizado em Dubai, a imprensa publicou a ocorrência de que Winehouse havia subido ao palco embriagada e, portanto, não concluiu a apresentação. No dia 23 de março, uniu-se ao cantor de jazz Tony Bennett para regravar a canção "Body & Soul", incluída em seu disco Duets II (2011).

Em maio, Amy Winehouse reiniciou o tratamento de seu alcoolismo na Priory Clinic, em Londres, mas desistiu do internamento para realizar a primeira apresentação de uma turnê europeia, que representaria o seu retorno à indústria musical. Realizado em Belgrado, o concerto, no entanto, foi desastroso, pois os meios de comunicação da Sérvia classificaram-na no mesmo estado da apresentação nos Emirados Árabes. Aqueles que foram ao concerto afirmaram que a cantora estava embriagada e demonstrava dificuldades em interpretar as canções. Após ser vaiada, ela tentou deixar o local, mas os seus guarda-costas não a permitiram. Em seguida, Winehouse cancelou duas apresentações que faria em Istambul e Atenas e, pouco depois, cancelou toda a turnê, afirmando que voltaria ao tratamento. A sua última aparição pública foi a menos de uma semana antes da morte, quando ela surgiu no palco durante um show de Dionne Bromfield na London Roundhouse.


Morte


Por volta das 15 horas e 54 minutos de 23 de julho de 2011 (horário de verão britânico, UTC+1), duas ambulâncias foram chamadas à casa de número 30 da Camden Square, localizada no bairro de Camden Town, em Londres, devido a um telefonema à polícia britânica para atender uma mulher desfalecida. Pouco tempo depois, as autoridades metropolitanas confirmaram a morte de Amy Winehouse à imprensa. Andrew Morris, o segurança que a encontrou, informou às autoridades que, desde que voltou à residência, três dias antes do ocorrido, a jovem consumiu bebidas alcoólicas moderadamente após um período de abstinência que mantivera desde o início do mês. Segundo os seus relatos, ela passou a noite do dia 22 a ouvir músicas e assistir à televisão.

Cristina Romete, sua médica há quatro anos, visitou-a por volta das 19 horas e medicou-a para suportar a ansiedade causada pela abstinência. Embora tenha percebido que a cantora havia ingerido bebidas alcoólicas, Romete revelou que ela estava sóbria. Por volta das duas horas da madrugada, Amy Winehouse foi repousar, segundo Andrew. Às dez horas da manhã do dia seguinte, ele encontrou-a deitada em sua cama e teria realizado tentativas mal sucedidas de acordá-la. No entanto, tal situação não lhe causou estranheza, visto que lhe era habitual acordar tarde. Ao retornar ao quarto, horas depois, ele avistou-a ainda deitada e na mesma posição de antes. Após examiná-la, percebeu que a cantora não mais estava respirando e logo contatou os serviços de emergência. A cantora foi declarada morta no local.

Após a divulgação da notícia, reuniram-se em frente à residência equipes de filmagem, fotógrafos e admiradores. Policiais isolaram o local e acionaram a equipe da criminalística, que recuperou três garrafas de bebidas alcoólicas vazias da habitação. Uma investigação foi aberta a fim de determinar a causa da morte de Amy Winehouse, porém os primeiros resultados não foram conclusivos e uma análise toxicológica foi necessária. Apenas em 26 de outubro do mesmo ano, os relatórios finais puderam indicar que a causa da morte foi acidental e decorreu de um consumo abusivo de álcool após um período de abstinência. Suzanne Greenaway, médica legista, afirmou em laudo que a quantidade de álcool encontrado no sangue da artista era de 4,16 g/L, cinco vezes maior que o limite legal para se dirigir na Inglaterra. Isto, combinado à deteriorada condição física da cantora, culminou em uma parada respiratória que, posteriormente, deixou-a inconsciente. "A sua saúde encontrava-se em estado bastante precário [à época] e ela vinha sendo levada por ambulâncias ao hospital regularmente em razão de crises de convulsão. O seu sistema nervoso estava muito debilitado", relatou uma fonte.

No dia da morte, a editora discográfica Universal Music emitiu um comunicado expressando seu pesar pela morte inesperada da cantora. Além disso, artistas como U2, Lady Gaga, Bruno Mars, Rihanna, George Michael, Adele, Kelly Clarkson e Courtney Love fizeram tributos a Amy Winehouse. Diversos admiradores também prestaram as suas condolências à cantora, deixando garrafas de bebidas alcoólicas, taças, cigarros e diversas fotos suas em frente à habitação. A sua morte também trouxe de volta os seus materiais discográficos aos rankings ao redor do mundo. O falecimento de Amy Winehouse aos 27 anos, tal qual músicos como Kurt Cobain, Jim Morrison e Janis Joplin, entre outros, provocou o ressurgimento do termo "Clube dos 27" nos meios de comunicação. A cerimônia fúnebre ocorreu no dia 26 de julho, terça-feira, no cemitério Edgwarebury, em Londres. A família e os amigos mais íntimos de Winehouse, além de algumas celebridades, como Mark Ronson, Kelly Osbourne e Bryan Adams, participaram da cerimônia, que seguiu os preceitos da religião judaica. O corpo da artista foi cremado e suas cinzas foram misturadas com as de sua avó, Cynthia. Com a conclusão do funeral, os seus pais declararam sua intenção de criar uma fundação para ajudar jovens no tratamento da toxicodependência.

Em 17 de dezembro de 2012, as autoridades britânicas decidiram reabrir o inquérito para confirmar a causa da morte de Amy Winehouse e, apenas no início de 2013, os relatórios puderam atestar o primeiro veredicto, em que a causa da morte foi apontada como ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. O seu irmão, entretanto, informou meses depois à imprensa acreditar que os seus transtornos alimentares, dos quais Winehouse nunca se recuperou, foram o principal motivo de seu falecimento. "Amy morreria mais cedo ou mais tarde se continuasse no caminho que trilhava, mas o que realmente a matou foi a bulimia. Se ela não tivesse sofrido desse transtorno alimentar, estaria fisicamente muito mais forte", relatou.

Frank - Deluxe Edition - 2003
01. Intro  Stronger Than Me
02. You Sent Me Flying
03. Know You Now
04. Fuck Me Pumps
05. I Heard Love Is Blind
06. Moody's Mood For Love
07. (There Is) No Greater Love
08. In My Bed
09. Take The Box
10. October Song
11. What It Is About Men
12. Help Yourself
13. Amy Amy Amy

Cd Bonus


01. Take The Box (Original Demo)
02. I Heard Love Is Blind (Original Demo)
03. Someone To Watch Over Me (Original Demo)
04. What It Is (Original Demo)
05. Teach Me Tonight (Hootenanny)
06. 'round Midnight (B-Side)
07. Fool's Gold (B-Side)
08. Stronger Than Me (Later With Jools Holland)
09. I Heard Love Is Blind (Live At Concorde, Brighton)
10. Take The Box (Live At Concorde, Brighton)
11. In My Bed (Live At Concorde, Brighton)
12. Mr Magic (Through The Smoke) (Janice Long Session)
13. (There Is) No Greater Love (Janice Long Session)
14. Fuck Me Pumps (Mj Cole Mix)
15. Take The Box (Seijis Buggin' Mix)
16. Stronger Than Me (Harmonic 33 Mix)
17. In My Bed (Cj Mix)

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Back To Black - Deluxe Edition - 2006

CD:1

01. Rehab
02. You Know I'm No Good
03. Me & Mr Jones
04. Just Friends
05. Back To Black
06. Love Is A Losing Game
07. Tears Dry On Their Own
08. Wake Up Alone
09. Some Unholy War
10. He Can Only Hold Her
11. Addicted

CD:2

01. Valerie
02. Cupid
03. Monkey Man
04. Some Unholy War
05. Jey Little Rich Girl (Feat. Zalon & Ade)
06. You're Wondering Now
07. To Know Him Is To Love Him
08. Love Is A Losing Game (Original Demo)

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I Told You I Was Trouble, Live In London - 2007
01. Intro: Addicted
02. Just Friends
03. Cherry
04. Back To Black
05. Wake Up Alone
06. Tears Dry On Their Own
07. He Can Only Hold Her
08. Doo Wop (That Thing)
09. Fuck Me Pumps
10. Some Unholy War
11. Love Is A Losing Game
12. Valerie
13. Hey Little Rich Girl (feat. Zalon & Ade)
14. Rehab
15. You Know I'm No Good
16. Me & Mr. Jones
17. Monkey Man
18. Outro

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The Other Side Of Amy Winehouse - B-Sides,Remixes,Rarities - 2007
CD:01

01. Monkey Man
02. You Know I'm No Good (Ft. Ghostface Killah)
03. Valerie (Live Lounge - 10-01-07)
04. Best Friend (Acoustic)
05. Will You Still Love Me Tomorrow
06. He Can Only Hold Her (Pnut Demo)
07. What It Is
08. Do Me Good
09. Fuck Me Pumps (Mylo Remix)
10. To Know Him Is To Love Him (Napster Live Session)
11. Round Midnight
12. Back To Black (Zilla Rocca Remix)
13. Close To The Front
14. Best For Me (Feat Tyler James)
15. Love Is A Losing Game (Acoustic)
16. Rehab (Desert Eagle Discs Remix)
17. I Should Care (Live)
18. I Heard It Through The Grapevine (Duet With Paul Weller)

CD:02

01. Valerie (Mark Ronson Version)
02. You Know I'm No Good (Skeewiff Remix)
03. Hey Little Rich Girl
04. Back To Black (The Rumble Strips Remix)
05. Fuck Me Pumps (Mj Cole Mix Edit)
06. Get Over It (Ft. Jtwr)
07. Take The Box (The Headquarters Mix)
08. You Know I'm No Good (Live Lounge)
09. You're Wondering Now
10. Rehab (I Can't Help Myself Remix)
11. B Boy Baby (Feat. Mutya Buena)
12. Don't Go To Strangers (Duet With Paul Weller)
13. Beat It (Duet With Charlotte Church)
14. In My Bed (Bugz In The Attic Vocal Edit)
15. Fool's Gold
16. Tears Dry On Their Own (Eric Clapton Remix)
17. Stronger Than Me (A Cappella)
18. Procrastination

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Absolutely Live - 2008
01. Addicted
02. Just Friends
03. Tears Dry On Their Own
04. He Can Only Hold Her
05. Back To Black
06. Wake Up Alone
07. Love Is A Losing Game
08. Cupid (Sam Cooke)
09. You're Wondering Now (The Specials)
10. Brother
11. You Know I'm No Good
12. Rehab
13. Me & Mr. Jones (Aka Fuckery)
14. Valerie (The Zutons)

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Lioness - Hidden Treasures - 2011
01. Our Day Will Come
02. Between The Cheats
03. Tears Dry (Original Version)
04. Will You Still Love Me Tomorrow (2011)
05. Like Smoke
06. Valerie ('68 Version)
07. The Girl From Ipanema
08. Half Time
09. Wake Up Alone (Original Recording)
10. Best Friends, Right
11. Body And Soul
12. A Song For You

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At The BBC - 2012
01. Know You Now (Live At Leicester Summer Sundae 2004)
02. Fuck Me Pumps (Live At T In The Park 2004)
03. In My Bed (Live At T In The Park 2004)
04. October Song (Live At T In The Park 2004)
05. Rehab (Live At Pete Mitchell 2006)
06. You Know I'm No Good (Live At Jo Whiley Live Lounge 2007)
07. Just Friends (Live At Big Band Special 2009)
08. Love Is A Losing Game (Live At Jools Holland 2009)
09. Tears Dry On Their Own (Live At Jo Whiley Live Lounge 2007)
10. Best Friends, Right (Live At Leicester Summer Sundae 2004)
11. I Should Care (Live At The Stables 2004)
12. Lullaby Of Birdland (Live At The Stables 2004)
13. Valerie (Live At Jo Whiley Live Lounge 2007)
14. To Know Him Is To Love Him (Live At Pete Mitchell 2006)

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